A Instrução Geral do Missal Romano (IGMR, 3a. ed. típica) estabelece:
"Os acólitos, leitores e outros ministros leigos podem vestir a alva ou outra veste legitimamente aprovada pela Conferência Episcopal em cada região" (IGMR, n. 339).
Isso significa que os acólitos, ministros extraordinários da distribuição da comunhão e leitores TÊM QUE usar veste litúrgica? Não! Apenas "podem" usá-la, conforme o costume do lugar.
- os ministros extraordinários da distribuição da comunhão geralmente usam vestes litúrgicas (opa, jaleco ou paletó). Felizmente, em geral, têm usado vestes brancas, da cor que deve ser a toalha do altar e a alva dos ministros ordenados.
- os acólitos podem usar a alva ou uma outra veste conforme o costume; em muitos lugares se usa batina com sobrepeliz; porém, a alva ou a túnica, com ou sem cíngulo (cordão que circunda a cintura), devem ser preferidas, uma vez que são mencionadas primeiramente no texto do Missal (e também por serem vestes mais frescas e confortáveis).
- os leitores, em algumas regiões do Brasil, há alguns anos têm passado a usar vestes litúrgicas, o que é facultativo. Nas missas celebradas pelo Papa, porém, leigos e leigas sempre usam a própria roupa secular adequada (traje social para homens, vestido decente e sem decotes para mulheres), o que mostra qual a preferência da Igreja.
ATENÇÃO: o costume de acólitos e leitores usarem vestes DA COR LITÚRGICA destoa do que orienta o Missal. É mais conveniente que, SE FOREM USAR alguma veste litúrgica, que seja uma veste sempre branca, mesma cor da toalha do altar e da alva do sacerdote (debaixo da casula) e do diácono (debaixo da dalmática).
Por que a tradição sempre usou veste litúrgica BRANCA?
O nome "alva" significa que a veste litúrgica é "branca" (pode ser substituída pela "túnica" também branca). Esta veste simboliza a santidade e a simplicidade do sagrado, pois são trajes de cor neutra, sem os enfeites das cores e outros adornos. É por isso que, logo após o banho batismal, o Ritual do batismo prevê que os que foram batizados recebam uma veste branca. Assim diz a oração que o sacerdote deve rezar enquanto se reveste da alva ou túnica antes da missa: "Revesti-me, Senhor, com a túnica da pureza, e purificai o meu coração, para que, banhado no Sangue do Cordeiro, eu mereça gozar das alegrias eternas".
No Êxodo e no Levítico ordena-se que os sacerdotes e os seus "acólitos", os levitas, usem túnicas de linho, isto é, veste branca: Moisés "colocou [em Aarão] a túnica, cingiu-o com o cinto, revestiu-o com o manto" (Lv 8,7). Fica claro que a veste básica para o serviço do altar do Senhor Deus é a túnica branca, que simboliza a santidade da graça que nos capacita para estar ali ministrando. Por cima da túnica branca, os sacerdotes devem usar o manto, que equivale à estola e à casula na liturgia cristã.
O Apocalipse, falando da liturgia celeste, da qual o culto do Antigo Testamento era a sombra e da qual a liturgia cristã terrestre é imagem prefigurativa, diz: "O vencedor se trajará com vestes brancas" (Ap 3,5); "a cada um deles foi dada, então, uma veste branca" (Ap 6,11); "estavam de pé diante do trono e do Cordeiro, trajados com vestes brancas" (Ap 7,9).
Concluindo:
- a túnica branca é a veste litúrgica básica, e simboliza a santidade de Cristo, o Sacerdote da Nova Aliança. Por sobre a túnica branca é que OS MINISTROS ORDENADOS usam também o manto próprio de seus ministérios: a dalmática para indicar o diaconado e a casula para indicar o sacerdócio (presbiterado ou episcopado). Portanto, os ministros leigos (leitores, acólitos, da pregação da palavra e da distribuição da comunhão), SE FOREM USAR vestes litúrgicas - sabendo que não existe regra que exija isso -, usem de preferência vestes brancas, equiparadas à toalha branca do altar e à túnica branca que está sob a estola e a casula sacerdotais. É, de fato, bem estranho olhar para o presbitério durante uma Eucaristia e ver o presbítero trajando simples estola com a cor litúrgica do dia enquanto os leitores usam enormes vestes daquela mesma cor, fazendo com que a função didática das cores para identificar a Ordem sacerdotal perca completamente o sentido...
- A toalha do altar, no mesmo sentido, representa aquela túnica de Cristo, com a qual ele carregou a cruz a caminho do sacrifício do Calvário; tanto que na celebração da Sexta-feira santa, o altar é desnudado, representando o que aconteceu com o Senhor, segundo o retato do evangelista João: "Quando crucificaram Jesus, os soldados repartiram as roupas dele em quatro partes. Uma parte para cada soldado. Deixaram de lado a túnica. Era uma túnica sem costura, feita de uma peça única, de cima até em baixo" (Jo 19,23). Estas "roupas" consistiam no manto que Jesus usava na última ceia, na narrativa do lava-pés (cf. Jo 13,4). Portanto, faz mais sentido que a toalha do altar não seja colorida, mas sempre branca.
- A mesma lógica deve valer também para as velas, por analogia. O Missal não fala sobre "cor das velas", simplesmente porque isso não existe. As velas litúrgicas são de "cera virgem da abelha generosa" (cf. hino Exsultet): brancas ou amareladas, cor natural da cera ou da parafina com que se faz a vela. No entanto, outras religiões - como o espiritismo, o esoterismo, a umbanda etc - trouxeram para o Brasil o costume das velas coloridas e aromáticas. Parece que muitos católicos gostaram disso e adaptaram, para serem usadas na liturgia católica. Não que sejam "erradas" ou "proibidas", mas são, isso sim, um elemento estranho ao catolicismo. Via de regra, as velas usadas sobre o altar ou junto dele devem ser SEMPRE de cor natural, não acompanhando a cor litúrgica do dia. Nem mesmo na "coroa do Advento" existe qualquer orientação oficial para que haja velas vermelhas, verdes, roxas, rosas etc. Isso é invenção brasileira.
- A indústria de materiais religiosos agradece de coração aos liturgistas que insistem em inventar obrigatoriedade de vestes coloridas para leitores, toalhas coloridas, velas coloridas. Porém, essa nunca foi a orientação da Igreja. Veja bem: não que isso tudo seja proibido. O que pretendo provar aqui é, apenas, que NADA DISSO É OBRIGATÓRIO. De qualquer maneira, o critério que devemos usar na preparação da liturgia é o da beleza, que está mais na sobriedade e na delicadeza do que em colorações exageradas e na perda de foco.
- Uma outra razão, mais prática, para reservar a cor litúrgica do dia apenas para os paramentos dos ministros ordenados, é que, assim, o sacerdote terá a liberdade para fazer um uso mais rico das possibilidades que o Missal Romano oferece, por exemplo, com as MISSAS VOTIVAS. Por exemplo: se, num dia de semana do Tempo Comum, o padre chega à igreja para celebrar a Missa e encontra o presbitério todo colorido de verde (toalha do altar, credência, ambão, velas, pano pendurado na cruz, roupa dos leitores etc etc), ele não poderá lançar mão de uma Missa votiva a Nossa Senhora (em que se usa o branco) ou ao Sangue de Cristo (vermelho), e nem mesmo poderá rezar uma missa pelos fiéis defuntos (roxo), que são algumas das várias opções legítimas de formulários de missas que o Missal lhe dá para aquele dia, ad libitum.
"Os acólitos, leitores e outros ministros leigos podem vestir a alva ou outra veste legitimamente aprovada pela Conferência Episcopal em cada região" (IGMR, n. 339).
Isso significa que os acólitos, ministros extraordinários da distribuição da comunhão e leitores TÊM QUE usar veste litúrgica? Não! Apenas "podem" usá-la, conforme o costume do lugar.
- os ministros extraordinários da distribuição da comunhão geralmente usam vestes litúrgicas (opa, jaleco ou paletó). Felizmente, em geral, têm usado vestes brancas, da cor que deve ser a toalha do altar e a alva dos ministros ordenados.
- os acólitos podem usar a alva ou uma outra veste conforme o costume; em muitos lugares se usa batina com sobrepeliz; porém, a alva ou a túnica, com ou sem cíngulo (cordão que circunda a cintura), devem ser preferidas, uma vez que são mencionadas primeiramente no texto do Missal (e também por serem vestes mais frescas e confortáveis).
- os leitores, em algumas regiões do Brasil, há alguns anos têm passado a usar vestes litúrgicas, o que é facultativo. Nas missas celebradas pelo Papa, porém, leigos e leigas sempre usam a própria roupa secular adequada (traje social para homens, vestido decente e sem decotes para mulheres), o que mostra qual a preferência da Igreja.
ATENÇÃO: o costume de acólitos e leitores usarem vestes DA COR LITÚRGICA destoa do que orienta o Missal. É mais conveniente que, SE FOREM USAR alguma veste litúrgica, que seja uma veste sempre branca, mesma cor da toalha do altar e da alva do sacerdote (debaixo da casula) e do diácono (debaixo da dalmática).
Por que a tradição sempre usou veste litúrgica BRANCA?
O nome "alva" significa que a veste litúrgica é "branca" (pode ser substituída pela "túnica" também branca). Esta veste simboliza a santidade e a simplicidade do sagrado, pois são trajes de cor neutra, sem os enfeites das cores e outros adornos. É por isso que, logo após o banho batismal, o Ritual do batismo prevê que os que foram batizados recebam uma veste branca. Assim diz a oração que o sacerdote deve rezar enquanto se reveste da alva ou túnica antes da missa: "Revesti-me, Senhor, com a túnica da pureza, e purificai o meu coração, para que, banhado no Sangue do Cordeiro, eu mereça gozar das alegrias eternas".
No Êxodo e no Levítico ordena-se que os sacerdotes e os seus "acólitos", os levitas, usem túnicas de linho, isto é, veste branca: Moisés "colocou [em Aarão] a túnica, cingiu-o com o cinto, revestiu-o com o manto" (Lv 8,7). Fica claro que a veste básica para o serviço do altar do Senhor Deus é a túnica branca, que simboliza a santidade da graça que nos capacita para estar ali ministrando. Por cima da túnica branca, os sacerdotes devem usar o manto, que equivale à estola e à casula na liturgia cristã.
O Apocalipse, falando da liturgia celeste, da qual o culto do Antigo Testamento era a sombra e da qual a liturgia cristã terrestre é imagem prefigurativa, diz: "O vencedor se trajará com vestes brancas" (Ap 3,5); "a cada um deles foi dada, então, uma veste branca" (Ap 6,11); "estavam de pé diante do trono e do Cordeiro, trajados com vestes brancas" (Ap 7,9).
Concluindo:
- a túnica branca é a veste litúrgica básica, e simboliza a santidade de Cristo, o Sacerdote da Nova Aliança. Por sobre a túnica branca é que OS MINISTROS ORDENADOS usam também o manto próprio de seus ministérios: a dalmática para indicar o diaconado e a casula para indicar o sacerdócio (presbiterado ou episcopado). Portanto, os ministros leigos (leitores, acólitos, da pregação da palavra e da distribuição da comunhão), SE FOREM USAR vestes litúrgicas - sabendo que não existe regra que exija isso -, usem de preferência vestes brancas, equiparadas à toalha branca do altar e à túnica branca que está sob a estola e a casula sacerdotais. É, de fato, bem estranho olhar para o presbitério durante uma Eucaristia e ver o presbítero trajando simples estola com a cor litúrgica do dia enquanto os leitores usam enormes vestes daquela mesma cor, fazendo com que a função didática das cores para identificar a Ordem sacerdotal perca completamente o sentido...
- A toalha do altar, no mesmo sentido, representa aquela túnica de Cristo, com a qual ele carregou a cruz a caminho do sacrifício do Calvário; tanto que na celebração da Sexta-feira santa, o altar é desnudado, representando o que aconteceu com o Senhor, segundo o retato do evangelista João: "Quando crucificaram Jesus, os soldados repartiram as roupas dele em quatro partes. Uma parte para cada soldado. Deixaram de lado a túnica. Era uma túnica sem costura, feita de uma peça única, de cima até em baixo" (Jo 19,23). Estas "roupas" consistiam no manto que Jesus usava na última ceia, na narrativa do lava-pés (cf. Jo 13,4). Portanto, faz mais sentido que a toalha do altar não seja colorida, mas sempre branca.
- A mesma lógica deve valer também para as velas, por analogia. O Missal não fala sobre "cor das velas", simplesmente porque isso não existe. As velas litúrgicas são de "cera virgem da abelha generosa" (cf. hino Exsultet): brancas ou amareladas, cor natural da cera ou da parafina com que se faz a vela. No entanto, outras religiões - como o espiritismo, o esoterismo, a umbanda etc - trouxeram para o Brasil o costume das velas coloridas e aromáticas. Parece que muitos católicos gostaram disso e adaptaram, para serem usadas na liturgia católica. Não que sejam "erradas" ou "proibidas", mas são, isso sim, um elemento estranho ao catolicismo. Via de regra, as velas usadas sobre o altar ou junto dele devem ser SEMPRE de cor natural, não acompanhando a cor litúrgica do dia. Nem mesmo na "coroa do Advento" existe qualquer orientação oficial para que haja velas vermelhas, verdes, roxas, rosas etc. Isso é invenção brasileira.
- A indústria de materiais religiosos agradece de coração aos liturgistas que insistem em inventar obrigatoriedade de vestes coloridas para leitores, toalhas coloridas, velas coloridas. Porém, essa nunca foi a orientação da Igreja. Veja bem: não que isso tudo seja proibido. O que pretendo provar aqui é, apenas, que NADA DISSO É OBRIGATÓRIO. De qualquer maneira, o critério que devemos usar na preparação da liturgia é o da beleza, que está mais na sobriedade e na delicadeza do que em colorações exageradas e na perda de foco.
- Uma outra razão, mais prática, para reservar a cor litúrgica do dia apenas para os paramentos dos ministros ordenados, é que, assim, o sacerdote terá a liberdade para fazer um uso mais rico das possibilidades que o Missal Romano oferece, por exemplo, com as MISSAS VOTIVAS. Por exemplo: se, num dia de semana do Tempo Comum, o padre chega à igreja para celebrar a Missa e encontra o presbitério todo colorido de verde (toalha do altar, credência, ambão, velas, pano pendurado na cruz, roupa dos leitores etc etc), ele não poderá lançar mão de uma Missa votiva a Nossa Senhora (em que se usa o branco) ou ao Sangue de Cristo (vermelho), e nem mesmo poderá rezar uma missa pelos fiéis defuntos (roxo), que são algumas das várias opções legítimas de formulários de missas que o Missal lhe dá para aquele dia, ad libitum.